Por trás daquele loro simpático, que fala bom dia e repete nossas piadas, se esconde uma vida inteira de sofrimento
Os papagaios são animais encantadores. Sua capacidade de repetir palavras, as penas coloridas e o fato da comercialização ser autorizada no país (ainda que a maior parte venha do tráfico) fazem com que esses animais silvestres sejam muito procurados como pets.
Mas será que isso é bom para os papagaios?
Apesar de toda popularidade, a espécie tem características e comportamentos instintivos difíceis de suprir em cativeiro, o que causa intenso sofrimento a esses animais. Mesmo que seus tutores nem façam ideia!
Por exemplo, você sabia que os papagaios são monogâmicos? Assim que se tornam adultos, eles têm o instinto de encontrar um parceiro, com quem costumam ficar a vida inteira. Os papagaios criados em gaiola não têm suas necessidades atendidas e podem passar a vida inteira frustrados e solitários. Ou seja, apenas a presença do tutor não basta.
Outra curiosidade é que algumas espécies de papagaios voam quilômetros por dia para se alimentar e interagir com grupos de outras aves. Alguns papagaios vivem em bandos de mais de 100 animais! A falta de condições favoráveis para isso pode causar um estresse e uma frustração tão grandes que essas aves, muitas vezes, arrancam suas próprias penas. É um comportamento semelhante ao de automutilação em humanos e comum entre papagaios usados como pets.
Além disso, a espécie pode viver mais de 50 anos – muitas vezes, mais do que os próprios tutores. Alguns papagaios são tão inteligentes que requerem a mesma atenção que uma criança humana e isso pode resultar em traumas emocionais sérios, caso sejam abandonados ou realocados após décadas com o mesmo tutor.
É muita coisa para se pensar, não é?
Antes de adquirir um papagaio, considere o que é melhor para o animal. Mesmo que receba todo carinho possível em sua casa, o fato de estar longe de seu hábitat natural causa um impacto em seu bem-estar físico e emocional. Lugar de animal silvestre é na natureza!