Saiba como mantê-lo seguro durante comemorações e viagens
O fim do ano está se aproximando e se você, assim como eu, gosta de estar rodeado pela família e amigos, isso significa jantares, trocas de presentes, viagens e muita festa.
Para nossos animais de estimação, essa também é uma época de muita agitação e mudanças na rotina. Por isso, é importante tomar alguns cuidados e evitar situações que podem pôr em perigo o bem-estar e a segurança de nossos amigos peludos.
Com um pouco de planejamento, você pode garantir que seu animal aproveite as comemorações e não corra riscos. Veja a seguir 10 dicas para mantê-lo seguro:
1) Cuidado com os enfeites e itens de decoração
Os enfeites natalinos podem ser irresistíveis para os animais, principalmente para aqueles que adoram um brinquedinho novo. Na hora de enfeitar a casa, pense neles e mantenha toda decoração fora de seu alcance, inclusive fios, árvores de natal e velas.
Se deixar os animais longe dos enfeites for uma missão impossível (quem tem cães ou gatos sapecas sabe bem disso), avalie os riscos que eles correm e considere simplificar a decoração para garantir sua segurança.
Os animais podem ingerir enfeites ou pedaços deles, ferindo suas bocas, intestino e até mesmo provocar complicações digestórias. Além disso, como alguns dos itens de decoração são eletrônicos – como as luzinhas, por exemplo -, eles podem levar choques elétricos ao tocá-los ou mordê-los. Esse tipo de acidente pode causar queimaduras, edema pulmonar e danos cerebrais que e, frequentemente, levam à morte.
2) Mantenha-o seguro durante a queima de fogos de artifício
A audição dos cães e gatos é mais sensível e poderosa que a dos humanos, por isso a queima de fogos pode ser uma experiência traumática para eles. Alguns animais ficam extremamente desorientados e são mais propensos a fugas ou acidentes como enforcamento na coleira, atropelamento, quedas ou mutilações. O pânico também pode desencadear transtornos de comportamento e físicos, entre eles crises convulsivas, problemas cardiorrespiratórios ou digestórios.
Jamais deixe os animais presos em correntes ou coleiras durante a queima de fogos. É essencial fazer com que eles se sintam em segurança. Durante as explosões, fique com seu pet no cômodo mais isolado da casa, de preferência um quarto com portas e janelas bem fechadas. Tente distraí-lo com brincadeiras ou outras atividades e retire do ambiente qualquer objeto que possa ser facilmente derrubado ou quebrado.
Se isso não for possível, certifique-se de deixá-lo em um ambiente totalmente seguro, fechado, aconchegante e com o máximo de isolamento sonoro possível. Deixe ao menos uma luz acesa e uma peça de roupa sua próximo a ele – isso ajuda a acalmá-lo. Avalie seu comportamento e, se julgar necessário, converse com seu médico veterinário sobre alternativas para mantê-lo tranquilo nessas situações. Confira mais dicas na matéria completa sobre fogos de artifício.
3) Identifique-o corretamente
Tirar o animal de seu ambiente e rotina aumenta o risco de fuga ou perda, especialmente em datas como o final de ano. Opte por uma coleira com plaquinha de identificação com seus dados gravados (nome do animal, seu nome e telefone). Desta forma, caso ele se perca, quem o encontrar poderá entrar em contato facilmente. Escolha um modelo de coleira que não seja facilmente rompida ou tirara pelo próprio animal.
Outra maneira de garantir que seu pet seja facilmente identificado é utilizar microchips. Esses dispositivos são inseridos por uma injeção sob a pele do animal, sem a necessidade de anestesia. Consulte seu médico veterinário para saber mais detalhes.
4) Nada de ceia
Uvas passas, panetones, frituras, assados e, especialmente, chocolates são alguns dos principais inimigos da saúde dos animais no final de ano. Esses alimentos são campeões em intoxicação alimentar entre cães e gatos e podem causar sua morte.
Os sintomas da intoxicação dependem da quantidade ingerida em relação ao porte e peso do animal, podendo ocorrer vômitos, fraqueza, falta de apetite, apatia, aumento da frequência ou arritmias cardíacas, aumento da micção (urina), aumento da pressão arterial, hiperatividade, insônia, tremores e convulsões. Se seu animal apresentar um ou mais desses sintomas, é necessário levá-lo imediatamente até um atendimento veterinário de emergência.
É mesmo difícil resistir às carinhas de piedade que eles fazem embaixo da mesa de jantar só para ganhar comida, mas tenha certeza: não ceder ao apelo é o que você pode fazer de melhor por eles.
5) Nunca ofereça bebidas alcoólicas
As bebidas alcoólicas possuem ingredientes altamente tóxicos para os animais, como algumas plantas e frutas (o lúpulo, no caso da cerveja, e as uvas, no caso do vinho).
O risco de envenenamento de cães e gatos que ingerem álcool é muito alto. Por serem bem menores em massa corpórea do que os humanos, pequenas doses já podem ser extremamente prejudiciais e perigosas. Dependendo da quantidade ingerida, as bebidas alcoólicas podem provocar vômito, diarreia, insuficiência renal, coma e até mesmo morte.
Durante as comemorações, os animais podem ter acesso a bebidas deixadas nos copos - ou pode surgir a brincadeira irresponsável de oferecê-las a eles. Apesar de parecer inofensivo para algumas pessoas, isso é um risco grave para os pets. Jamais permita que seu animal seja exposto a essa situação.
6) Vai viajar sem seu pet? Nunca o deixe sozinho
Como membros da família, nossos animais de estimação devem ser incluídos no planejamento das férias e, se em último caso, não for possível levá-los na viagem de final de ano, é importante garantir que eles fiquem seguros e confortáveis enquanto você está fora.
A ausência dos tutores e as alterações na rotina e no ambiente são fatores que podem causar sofrimento e estresse. A melhor opção é deixar o animal em casa sob os cuidados de alguém de confiança que possa alimentá-lo, fazer a limpeza do local e lhe dar carinho e atenção diariamente.
Se isso não for possível, você pode buscar por serviços de Pet Sitter ou de hotéis que oferecem estadia para cães e gatos. Nesse caso, realize uma pesquisa aprofundada para saber se o profissional ou local é realmente responsável e de confiança.
7) Vai viajar com ele? Pense em suas necessidades
Se o destino for apropriado e seu pet gosta de passear, não há porque não o levar com a família. Consulte seu médico veterinário sobre as necessidades especiais de seu animal antes de pegar estrada, pois elas podem variar de acordo com a espécie e raça - como a melhor forma de transportá-lo (caixas, cadeirinhas ou cintos de segurança próprios, por exemplo). Também é importante ter certeza de que vacinas, antipulgas e vermífugos estejam em dia.
Se o comportamento do animal durante o trajeto for uma preocupação, tente acostumá-lo a usar a caixa de transporte quando estiver em casa e faça pequenos passeios de carro pela vizinhança para ver como ele reage. Ao notar qualquer anormalidade, converse com o veterinário sobre soluções alternativas, como o uso de tranquilizantes, o quanto antes.
8) E praia, pode?
A resposta é: depende. Consulte as regras locais, pois nem todas as praias permitem a circulação de animais domésticos. Além disso, assegure-se de que todas as vacinas, vermífugos e antipulgas estejam em dia antes de levá-los à praia, para que não haja risco tanto a saúde do pet quanto para a das pessoas.
Além disso, nem todos os animais gostam de água, areia e calor. Observe bem o comportamento do cão nessa situação. Leve-o para um primeiro passeio antes de se instalar e, se perceber que ele se sente bem, fique atento aos cuidados necessários para que ele se divirta com segurança.
Preste atenção quanto à hidratação, alimentação e exposição ao sol e evite os horários de maior incidência de raios solares (entre 10h e 16h). Converse com o veterinário sobre o protetor solar mais indicado para o seu animal e a forma de utilização (principalmente nos focinhos e outras regiões do corpo para cães de pelagens e peles mais claras).
Cuidado redobrado com cães que gostam de contato com o mar. Nunca os deixe entrar na água sem supervisão, especialmente quando houver ondas muito fortes.
9) Proteja-o do calor do verão
O calor excessivo é perigoso para cães e gatos. Diferente dos humanos, eles não possuem glândulas sudoríparas espalhadas pelo corpo (somente algumas nas regiões dos coxins - almofadas das patinhas - e nas narinas) e só trocam calor com o ambiente pela respiração. Em dias muito quentes, nem sempre eles conseguem fazer uma troca satisfatória dessa maneira, principalmente se estiverem sob exercício intenso ou em ambientes quentes e abafados.
Avalie as condições de temperatura antes de expor seu animal. Cães submetidos a passeios longos em horas quentes do dia e, principalmente, cães de focinho curto (braquicefálicos como pugs e bulldogs) se cansam mais rapidamente que o normal e, se você não perceber os primeiros sinais de aumento da temperatura corporal, eles podem desenvolver a chamada hipertermia fatal. Os principais sintomas da hipertermia são respiração rápida, hipersalivação, saliva espessa, mucosas orais de coloração vermelho escura (cor de tijolo), tremores musculares, vômitos, diarreia, incoordenação motora (andar cambaleante) e até perda de consciência, desmaios e convulsões.
Se perceber algum desses sintomas, retire o animal do ambiente quente ou da exposição direta ao sol imediatamente. Ofereça água fresca, mas não o force a tomá-la. Resfrie suas patas, a região do pescoço e cabeça com toalhas molhadas ou água em temperatura ambiente e leve o animal imediatamente ao veterinário.
10) Estar presente é o melhor presente
O melhor que podemos oferecer aos nossos animais é, sem dúvida, amor. Animais são seres sencientes, ou seja, assim como nós, têm a capacidade emocional de sentir prazer, alegria e saudade. Priorize viagens nas quais você possa levá-los ou os deixe sempre aos cuidados de alguém de sua confiança, que possa dar a eles muito carinho.
Agora que você já sabe como garantir a segurança e o bem-estar dos seus companheiros de quatro patas, é só aproveitar as festas de final de ano e curtir junto com eles!
Um excelente 2018 a todos!