transição justa: imagem de uma placa escrito agroecologia na entrada de uma área ecológica

2024: um ano de conquistas pela sustentabilidade e justiça alimentar

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Marcamos presença na luta por sistemas alimentares justos e na defesa da vida animal contra as mudanças climáticas

Você piscou e 2024 já acabou! Para nós, foi mais um ano de muita luta pelo fim do sofrimento animal e por um sistema alimentar mais justo, que alimente a população sem depender da destruição do meio ambiente e da crueldade. 

Então chegou aquele momento de olharmos para trás e vermos tudo o que realizamos juntos, para poder começar 2025 com energias renovadas para seguir mobilizando a sociedade, a classe política e as empresas por mudanças reais. 

Marcamos presença nos principais eventos sobre clima e economia

Esse ano, o Brasil recebeu o encontro anual do G20, um fórum onde as 20 maiores economias do mundo se reúnem para debater os desafios socioeconômicos do grupo. Uma grande oportunidade para discutir as mudanças necessárias no sistema de produção de alimentos para mitigar as alterações no clima. 

Durante o evento realizado em novembro no Rio de Janeiro, unimos forças com a coalizão do Guia dos Bancos Responsáveis para lançar a 10ª edição do relatório. A publicação revela como a falta de compromisso dos bancos em adotar práticas responsáveis não apenas ameaça a vida animal, mas também intensifica a crise climática, destacando a necessidade urgente de mudanças no setor financeiro.

Em fevereiro, a coalizão também teve o resumo aprovado pelo T20, intitulado relatório Instrumentos Regulatórios para Concessão de Crédito à Cadeia da Carne: Contribuições para Mitigar o Desmatamento e as Mudanças Climáticas (Regulatory Instruments for Granting Credit to the Meat Chain: Contributions to Mitigate Deforestation and Climate Change). O documento destaca o papel da pecuária como um dos principais responsáveis pelo desmatamento, e a necessidade de responsabilizar todos os atores dessa cadeia, como governos, bancos e investidores. 

No final da reunião, entregamos uma Carta Aberta aos líderes dos países que integram o "Grupo dos Vinte" e para os bancos internacionais que participam da Aliança Global para acabar com a pobreza e a fome, cobrando uma nova postura quanto aos sistemas alimentares, já que o formato atual, além de não reduzir a fome, só agrava a emergência climática que enfrentamos. 

Também estivemos presentes na Climate Week, onde contribuímos em debates e lançamos o relatório Transição Justa (Just Transition) para chamar atenção para a urgência de acabar com a pecuária industrial e de uma transição alimentar justa, que sirva para nutrir as pessoas, e não apenas os bolsos de grandes corporações. Durante o evento, tomamos parte em uma coalizão chamada ‘From people to Leaders: ACT on AMR NOW’, onde diferentes organizações se uniram para elevar a discussão da crise global de resistência antimicrobiana junto aos líderes globais da UNGA (United Nation General Assembly). Durante a Reunião de alto nível sobre resistência antimicrobiana (RAM), convocada pela Assembleia Geral das Nações Unidas (UNGA), foi entregue uma carta que a Proteção Animal Mundial assinou com outros 180 representantes mundo afora, ‘Call for a global Action’ liderada pelo React. O evento teve a presença de lideranças em comunidades na Índia, África, Estados Unidos e Brasil, e destacou desafios e oportunidades para apoiar mudanças em conjunto com as comunidades locais.

Saiba mais sobre RAM

Claro, também marcamos presença na Conferência do Clima da ONU deste ano, a COP 29, que aconteceu em Baku, no Azerbaijão. Infelizmente, mais uma vez observamos uma Conferência das Partes falhando em seu objetivo de mudar o rumo dos desafios das mudanças climáticas, sem sinal de comprometimento real com a transformação dos sistemas alimentares. Mas em 2025 a COP 30 estará no Brasil, e mais do que nunca vamos seguir cobrando pela responsabilização da agropecuária industrial por sua imensa contribuição na emissão de gases do efeito estufa no Brasil. 

Cerco se fecha contra maior vilã da pecuária industrial global: JBS

A JBS, maior produtora de carne do mundo, segue tentando abrir seu capital na bolsa de Nova Iorque, o que seria terrível para os animais e para o clima. Mas lideranças e a sociedade em diversos países estão começando a acordar para o risco que isso representa, e têm lutado contra o avanço predatório da companhia. 

Nos Estados Unidos, a Procuradora-Geral de Nova Iorque, Letitia James, entrou com um processo contra a JBS USA Food Company e a JBS USA Food Company Holdings (JBS USA) por enganar o público sobre seu impacto ambiental, o famoso “Greenwashing”. Para a procuradora, a empresa vem enganando seus consumidores ao dizer que tem intenção de zerar suas emissões de gases de efeito estufa até 2040, já que a gigante da carne não tem um plano claro para atingir este objetivo, planeja continuar expandindo e reportou emissões de mais de 71 milhões de toneladas de gases de efeito estufa (GEE) – mais do que as emissões totais de muitos países.  

O processo deixou a imagem da companhia ainda mais suja do que já era - se é que isso é possível. E graças a isso, a Science Based Targets (SBTi), uma iniciativa colaborativa global que serve como um censor das metas e ações climáticas apresentadas pelas empresas, divulgou que a JBS teve o status alterado para “compromisso removido”. Parece que não dá para enganar as pessoas por muito tempo, sem consequências, não é mesmo?

Nós ajudamos a mostrar aos brasileiros que essa empresa é sinônimo de sofrimento animal, destruição da natureza, ameaça a fauna selvagem e uma grande emissora de gases do efeito estufa com uma série de projeções  realizadas em São Paulo, em prédios e em pontos de venda da Swift, uma das marcas da JBS.  

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Amanhã vai ser outro dia

O agronegócio tem tentáculos que se espalham pelos corredores do poder. No Congresso, a bancada ruralista não se cansa de pautar projetos extremamente nocivos para a sociedade - mas bastante lucrativos apenas para eles. Foi o caso do Projeto de Lei nº 2159, de 2021, que ainda corre o risco de ser aprovado no Senado Federal a qualquer momento, e ficou conhecido como “PL da Devastação”. O projeto destrói a política de licenciamento ambiental do Brasil e dispensa as atividades agropecuárias da obrigação do licenciamento ambiental. 

Seguiremos vigilantes, e atuando com a sociedade para evitar retrocessos como esse, em um momento que deveríamos estar avançando para melhorar o clima e o bem-estar animal. 

Já sabemos que muita coisa pode ser melhorada, inclusive a forma como bancos e investidores financiam o caos socioambiental, como ficou óbvio na 10º edição do Guia dos Bancos Responsáveis, realizada pelo Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) com nossa colaboração e de outras organizações. Mas tão importante quanto reconhecer os problemas, é buscar as soluções, e elas já existem! 

Em 2025, a Proteção Animal Mundial continuará lutando por uma transição justa para novos sistemas alimentares, que levem em consideração a abordagem da Saúde Única, um conceito que reconhece a conexão entre a saúde humana, animal, vegetal e ambiental. Para isso, defendemos a agroecologia e o apoio a organizações que atuam sob este modelo

Agora, é hora de intensificar essa luta. Precisamos transformar nosso sistema de produção de alimentos para proteger os animais, combater as mudanças climáticas e garantir a saúde do planeta.

Junte-se à luta por um sistema alimentar mais justo e sustentável

A crueldade animal não pode continuar: precisamos transformar nosso modelo de produção de alimentos.

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