Consumo consciente: a melhor opção para quem quer ajudar os animais sem parar de comer carne
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Por Paola Rueda
Ser um consumidor consciente e refletir sobre os hábitos alimentares pode impactar positivamente a vida de milhares de animais e o planeta.
Uma das principais perguntas dos consumidores é como colaborar para o fim da crueldade contra animais de fazenda sem abandonar o consumo de carne.
A resposta é mais simples do que pensamos: basta ser um consumidor consciente e conhecer seus hábitos alimentares, além de refletir sobre o consumo atual de carne e avaliar o que pode ser reduzido ou substituído por produtos de origem vegetal.
Ao entender qual é a sua necessidade real por produtos de origem animal – o que varia de pessoa para pessoa –, o consumidor deve, ainda, buscar por alimentos que sejam produtos produzidos dentro de padrões éticos e responsáveis. Sim, é possível encontrar produtos de origem animal que são produzidos por meio de processos que respeitam os animais de fazenda e adotam um alto nível de bem-estar.
Como ser um consumidor consciente
Quando for comprar algum produto de origem animal, leia atentamente os rótulos e verifique se há algum selo de bem-estar animal. É importante que você analise bem as informações descritas na embalagem.
Mas atenção: não vincule rótulos “sem uso nenhum de antibióticos” ou “criados sem antibióticos” como sendo sinônimo de altos níveis de bem-estar animal. É claro que o uso de antibióticos para promover crescimento e prevenir doenças nos rebanhos deve acabar, mas antibióticos são necessários para tratar animais caso fiquem doentes e o seu uso deve ser responsável e registrado.
Caso não encontre alguma informação nas embalagens, não hesite em ligar para o Serviço de Atendimento ao Consumidor (SAC). Algumas perguntas que você pode fazer para descobrir como os animais são tratados, são:
- Em quais condições de estrutura e manejo o animal foi criado?
- Galinhas, frangos e suínos cresceram em ambientes adequados para expressar o seu comportamento natural, movimentando-se livremente?
- Os animais são medicados com antibióticos de forma constante ou profilática (preventiva)?
- O produtor mantém as porcas em gaiolas de gestação?
- O produtor adota práticas de mutilação, como o corte de rabos, nos animais?
Caso os produtos com altos níveis de bem-estar não estejam disponíveis na sua região, pressione o varejo para vendê-los. Escolha supermercados que tenham sistemas sustentáveis em toda a sua cadeia de fornecedores.
Os consumidores devem acompanhar os relatórios de sustentabilidade nos websites das empresas e apoiar as redes que fortaleceram suas políticas para aquisição de carne com um manejo e abate livres de crueldade.
Na dúvida sobre a origem, não compre.
O que estamos fazendo pelos animais de fazenda
Desde 2018, a Proteção Animal Mundial luta para que as quatro maiores redes varejistas do Brasil parem de usar gaiolas de gestação de porcas na sua cadeia de fornecimento e implementem integralmente o alojamento em grupo com enriquecimento ambiental para as matrizes suínas para que os animais possam expressar seus comportamentos naturais até 2028.
Até o momento, as redes do Grupo Pão de Açúcar e do Carrefour já assumiram o compromisso de melhorar a vida dos porcos. Infelizmente os grupos Cencosud (GBarbosa, Mercantil, Perini, Prezunic e Bretas) e o Big ainda não se comprometeram em melhorar a vida dos animais.