Como a agropecuária intensiva acelera as mudanças climáticas e impacta o futuro do clima
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As mudanças climáticas estão impactando diretamente nossas vidas com eventos extremos como incêndios, secas e enchentes cada vez mais frequentes.
Incêndios e seca na Amazônia, enchentes no Rio Grande do Sul e diversos outros eventos climáticos extremos têm impactado a vida de milhares de pessoas e de toda a biodiversidade. E a causa para esses eventos é bem conhecida por nós: as mudanças climáticas.
As mudanças climáticas acontecem devido a uma soma de ações humanas, que degradam e desregulam a biodiversidade e os recursos naturais. Aumento das emissões de gases de efeito estufa, desmatamento, agropecuária intensiva, produção industrial e o descarte incorreto de resíduos são as principais causas para os eventos climáticos que enfrentamos.
Se não mudarmos nossa relação com o meio ambiente e a biodiversidade, cada vez mais, iremos sofrer os impactos das mudanças climáticas em nossas vidas. Entenda as causas e consequências das atividades humanas na atual crise climática.
O que são as mudanças climáticas?
As mudanças climáticas fazem referência às alterações a longo prazo nas temperaturas e padrões climáticos da Terra. Historicamente, o clima do planeta sempre variou, com períodos de aquecimento e resfriamento. Mas o que vemos hoje está longe de ter causas naturais.
As atividades humanas são o principal catalisador para os eventos climáticos extremos que estamos enfrentando. Cada vez mais, temos o aumento da liberação de gases de efeito estufa na atmosfera, que desregulam o clima e levam a mais incêndios florestais, enchentes, secas ou frio extremos, entre outras consequências.
Efeito estufa, aquecimento global e as mudanças climáticas
Efeito estufa, aquecimento global e mudanças climáticas estão interligados, gerando um ciclo de impactos para todo o planeta com o aumento das temperaturas médias e desregulação das condições climáticas e naturais.
O efeito estufa é o processo de retenção de parte da radiação solar, impedindo que todo o calor escape para o espaço e mantendo o planeta aquecido o suficiente para abrigar vida. Gases como o dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O) atuam como uma espécie de cobertor, retendo o calor.
O efeito estufa é essencial para a manutenção da vida no planeta. O problema é que estamos aumentando essa concentração em níveis alarmantes. Com o avanço das atividades industriais e pecuárias em grande escala, a alta concentração desses gases vem elevando a temperatura média global, tanto da atmosfera quanto dos oceanos.
E essa elevação gera diversas consequências, que conhecemos por crises climáticas. Ondas de calor mais intensas, secas prolongadas, chuvas torrenciais e aumento do nível do mar são cada vez mais frequentes. Além disso, também sofremos impactos significativos em diversos aspectos da vida na Terra, como a agricultura, a saúde humana, a biodiversidade, economia e os ecossistemas.
Quais as causas do aquecimento global e das mudanças climáticas?
Aquecimento global e mudanças climáticas têm uma causa comum, a ação humana. Com a aceleração e massificação da industrialização, agropecuária intensiva, desmatamento e outras atividades, esse ciclo de impactos só se intensifica.
A liberação de gases de efeito estufa, como dióxido de carbono (CO2), metano (CH4) e óxido nitroso (N2O), é o principal locomotor para o aquecimento global e mudanças climáticas. E essa liberação em excesso têm diversas fontes:
- A queima de combustíveis fósseis, como carvão, petróleo e gás natural, libera grandes quantidades de CO2;
- O CO2 absorvido pelas árvores é liberado com o desmatamento, além de outros impactos como a defaunação, perda de nutrientes dos solos, entre outras consequências;
- A produção de alimentos, especialmente a pecuária, libera metano e outros gases do efeito estufa. Grande parte do desmatamento ocorre para a expansão da agricultura intensiva e pecuária. E lógico, há também todo o sofrimento animal envolvido nesse processo, como já denunciamos diversas vezes;
- O descarte inadequado de resíduos orgânicos em aterros sanitários libera metano durante a decomposição.
- Os processos industriais, como a produção de cimento e a fabricação de produtos químicos, também liberam gases de efeito estufa.
Agropecuária intensiva e mudanças climáticas
A agropecuária intensiva tem um papel crucial na intensificação das mudanças climáticas. E são vários os impactos que essa atividade traz para a biodiversidade e o clima.
Em primeiro lugar, a expansão da agropecuária intensiva demanda a conversão de áreas de florestas e outros ambientes naturais para terras agrícolas e pastagens. O desmatamento ilegal, além de liberar gases de efeito estufa na atmosfera, empobrece o solo, destrói a biodiversidade, impacta recursos hídricos, entre outras consequências.
A produção animal em larga escala é fonte significativa de emissões de metano (CH4), um gás de efeito estufa com um potencial de aquecimento global muito maior do que o CO2. A própria produção de ração contribui para as emissões de gases de efeito estufa, devido ao uso de fertilizantes e à expansão das áreas de cultivo, como a soja e milho.
O uso excessivo de fertilizantes nitrogenados na agricultura intensiva libera óxido nitroso (N2O) para a atmosfera. O N2O tem um potencial de aquecimento global ainda maior do que o metano. Sem contar a contaminação que os fertilizantes causam no solo e recursos hídricos, que também são utilizados em excesso para que essa atividade ocorra.
Soma-se ainda toda a dor que a agropecuária industrial causa nas espécies, tanto dos animais de criação quanto das espécies que perdem seus habitats naturais.
Consequências das mudanças climáticas e seus impactos ambientais
Tanto o aumento dos períodos de seca e as diversas inundações na região Sul do país são consequências das mudanças climáticas. Infelizmente, os impactos do aumento da liberação de gases de efeito estufa e do aquecimento global geram um ciclo de destruição para todo o planeta.
- Aumento da temperatura média global: ondas de calor mais intensas e frequentes, afetando a saúde humana e a produção de alimentos;
- Eventos climáticos extremos: maior frequência e intensidade de tempestades, inundações, secas e ciclones tropicais. Com isso, mais gastos com infraestrutura e saúde pública, perda de vidas, impactos na produção de alimentos, entre outros;
- Elevação do nível do mar: o derretimento das geleiras e das calotas polares ameaça diversas cidades costeiras e ilhas, com inundações e erosão. A mudança da temperatura dos oceanos também provoca o branqueamento de corais, que acabam morrendo e impactando toda a biodiversidade marinha;
- Acidificação dos oceanos: a absorção de dióxido de carbono pelos oceanos altera a composição da água, afetando os animais marinhos e ecossistemas;
- Defaunação: diversas espécies são extintas, tanto pelas causas quanto pelas consequências das mudanças climáticas. Com a perda de seus habitats naturais, toda a cadeia alimentar e os serviços ecossistêmicos de um habitat são impactados;
- Alterações nos ciclos de chuva: enquanto algumas regiões passam a sofrer pelo aumento da frequência e intensidade de chuvas, outras enfrentam longas secas. Com isso, produção de alimentos, biodiversidade, disponibilidade de água e outros impactos se somam;
- Custos para a saúde pública: cada vez mais, vemos o aumento de doenças transmitidas por vetores, como a dengue e a malária. Temos o surgimento de outras zoonoses causadas pelo contato com animais selvagens. Também com a piora da qualidade do ar, mais pessoas enfrentam doenças respiratórias;
- Insegurança alimentar: todos esses eventos extremos impactam diretamente a produção de alimentos, levando à escassez e aumento de preços. A insegurança alimentar é uma realidade em diversas regiões do mundo;
- Refugiados climáticos: os impactos citados anteriormente levam diversas famílias a uma situação de insegurança inimaginável. Para muitos, a única opção é mudar de país, onde precisam enfrentar condições adversas para o sustento e sobrevivência.
O que é o acordo de Paris?
O Acordo de Paris tem um papel fundamental para que as nações se comprometam com a biodiversidade e a preservação do clima. Criado em 2015, o tratado internacional adotado por quase todos os países do mundo propõe metas e investimentos para o enfrentamento das mudanças climáticas.
Entre os pontos do acordo estão a limitação do aumento da temperatura global em até 1,5°C em relação aos níveis pré-industriais, fortalecimento das ações para preservação do clima, aumento da capacidade dos países de lidar com os impactos das mudanças climáticas e investimento dos países desenvolvidos em países em desenvolvimento para apoiar ações de mitigação e adaptação às mudanças climáticas.
Anualmente, os países se encontram durante a COP (Conferência das Partes) para discutir os resultados de suas ações e firmar compromissos para a preservação do clima.
Progresso no combate às mudanças climáticas
Ainda há muito a ser feito, mas alguns progressos já podem ser vistos no combate às mudanças climáticas. Nos últimos anos, o Brasil tem conseguido reduzir o desmatamento na Amazônia, com maior fiscalização, criação de unidades de conservação e políticas públicas mais rigorosas.
Também temos adotado mais fontes de energia renovável, como a eólica e solar, que representam um nível bem menor de emissões de gases de efeito estufa. Segundo o Ministério de Minas e Energia (MME), mais de R$ 67 bilhões estão previstos para investimentos em fontes renováveis entre 2023 a 2026.
O país investe cada vez mais em bioeconomia e na agricultura sustentável, que geram renda para diversas famílias e reduz as emissões de gases de efeito estufa.
Ainda há muito a ser feito
Ainda há muito a ser feito no combate às mudanças climáticas, e cada um de nós tem um papel fundamental nessa luta. Já sabemos que a agropecuária intensiva, o desmatamento e a emissão desenfreada de gases de efeito estufa estão agravando a crise climática, causando impactos devastadores em nossas vidas e na biodiversidade.
Apesar dos avanços nas políticas de conservação, precisamos de ações mais drásticas para controlar o aquecimento global e proteger o planeta e você pode contribuir apoiando organizações, como a nossa, que lutam pela vida silvestre, por um sistema alimentar sustentável e, consequentemente, pelo equilíbrio climático.
E uma das formas de você se somar à causa é assinando nossas petições! Uma das maiores empresas do setor agropecuário, a JBS, está diretamente envolvida no financiamento de atividades que levam ao desmatamento da Amazônia e à intensificação das mudanças climáticas.
Exija que a JBS pare de financiar o desmatamento e as mudanças climáticas. Com o seu apoio, vamos fazer com que a empresa limpe a sua cadeia de produção e garanta a preservação do clima e da vida animal. Assine agora!