imagem da floresta Amazônica em chamas vista de uma câmera de cima com as árvores pegando fogo

Entenda os impactos das queimadas nos três principais biomas brasileiros

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O Sistema ALARMES, que monitora o Pantanal, o Cerrado e a Amazônia, identificou que os focos de incêndio nestes três biomas, até o final de setembro, já somavam mais de 24 milhões de hectares queimados.

De acordo com dados monitorados pelo Sistema ALARMES, uma plataforma coordenada pelo LASA (Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais), da Universidade Federal do Rio de Janeiro, antes do dia 20 de setembro foi identificada uma grande extensão de áreas queimadas às margens da BR-163, trecho situado no sudoeste do estado do Pará, um dos estados que integram a Amazônia Legal. Em consequência deste fato, pode ocorrer um aumento significativo nos casos de atropelamentos de animais silvestres que tentam escapar dos incêndios.

Os biomas do Pantanal e do Cerrado também não escaparam da destruição provocada pelos focos de incêndios, que são 99% causados pela ação humana, segundo declarou em entrevista à Agência Brasil a coordenadora do LASA, a doutora em geociência Renata Libonati. A Amazônia já teve cerca de 3% da sua área queimada (mais de 11 milhões de hectares), enquanto o Cerrado teve 6% (mais de 12 milhões de hectares) e o Pantanal já está com mais 13% de área destruída pelo fogo (mais de 2 milhões de hectares). 

Segundo dados do LASA, na Amazônia, a área mais afetada pelas queimadas, nos últimos dois meses (agosto e setembro), está localizada em sua parte na região conhecida como  Arco do Desmatamento, que vai do Acre até o Maranhão. 

No Pantanal, o LASA identificou que, até o dia 23 de setembro, o Parque Estadual Encontro das Águas foi atingido por um incêndio que iniciou em suas redondezas. A Reserva Particular do Patrimônio Natural Sesc Pantanal também teve seu território atingido pelo fogo, acumulando quase 50% de área queimada desde o início de 2024. A região ao sul pantaneira teve uma grande extensão de área queimada nos meses de agosto e setembro, atingindo grande parte da Terra Indígena Kadiwéu.

Já o Cerrado, grande parte da área queimada está na divisa com Terras Indígenas e Unidades de Conservação, especificamente no oeste, centro e leste do Mato Grosso (divisa Cerrado e Amazônia), e também no leste da Bahia, assim como no leste e oeste do Tocantins e no centro do Maranhão, de acordo com os dados contabilizados pelo laboratório.

Vidas da fauna e da flora são as primeiras vítimas das queimadas

Nos veículos de imprensa do Brasil inteiro estão sendo citados os casos do prolongamento da estiagem, das fumaças tóxicas afetando a saúde das pessoas nos grandes centros urbanos, da destruição de áreas de plantação e criação de animais e como isso afeta a economia, de como o país pode enfrentar uma crise hídrica e, consequentemente a falta ou o aumento na conta da energia elétrica, etc. Porém, os principais seres vivos que estão sendo impactados diretamente com essa onda de incêndios são os animais silvestres e a vegetação nativa.  

De acordo com a divulgação de dados feita por pesquisadores do ICMBio (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade), mais de 17 milhões de animais morreram queimados apenas no Pantanal, só em 2020. Eles tentaram alertar para que, em 2024, o mesmo cenário não se repetisse, mas foi em vão. 

Para sensibilizar as pessoas quanto ao sofrimento animal e à destruição ambiental, nós criamos uma campanha sobre a Defaunação e divulgamos um manifesto em defesa da vida, abordando a importância da Refaunação, além de também lançarmos o documentário "BR-163: Progresso para quem?", que expõe os impactos do agronegócio ao longo da BR-163, uma das principais rotas de distribuição da produção de soja e milho no Brasil.

Estamos fazendo um grande alerta para a necessidade, que cada vez mais se faz urgente, da preservação da fauna e da flora em todos os seis biomas brasileiros e de repensarmos o nosso atual sistema de produção alimentar. É necessário garantir um modelo de vida que seja essencial para preservar a saúde do nosso planeta.

Apoio à causa animal

Você pode ajudar a combater a defaunação ao contribuir com organizações que se dedicam à proteção e ao bem-estar dos animais, seja como voluntário, doador ou apoiador. Essas entidades estão na linha de frente todos os dias, exigindo que toda a sociedade tome medidas concretas e urgentes para acabar com a crueldade contra a fauna silvestre.

Em mais de décadas de trabalho, nós colocamos luz à campanhas, mobilizações e pesquisas em prol da vida animal e de sua preservação. E são as diferentes formas de apoio que permitem que uma organização sem fins lucrativos alcance mais resultados. Com o seu engajamento, podemos construir um mundo com respeito, livre de crueldade animal. Junte-se a nós hoje e faça a diferença na vida dos animais.

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