Photo depicting trophy hunting

Booking, Expedia, TripAdvisor e agências brasileiras engajadas com turismo responsável integram movimento global pelo fim da caça na África do Sul

Comunicado de imprensa

Representantes do setor endossam carta aberta para sensibilizar autoridades sul-africanas enquanto documento de políticas públicas de Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade está em elaboração. Pesquisa revelou oposição generalizada de viajantes em relação à prática cruel. No Brasil, empresas de maior faturamento precisam ainda mostrar iniciativa

São Paulo, 26 de agosto de 2022 – Dezenas de empresas de viagens, incluindo algumas das maiores do mundo, como Booking.com, Expedia Group e TripAdvisor, assinaram uma declaração conjunta ao governo sul-africano pedindo por um compromisso público pelo fim da caça esportiva e em prol de um futuro amigável à vida silvestre para indústria do turismo daquele país. 

Além dessas gigantes do turismo internacional, nomes brasileiros também estão apoiando a iniciativa: Braziliando, Estação Gabiraba, Gondwana Brasil, Onçafari, Turismo de Experiência, Turismo Responsável, Viare Travel. Por aqui os apoiadores em geral são empresas com engajamento prévio com o turismo responsável. Pelo menos metade desse grupo é de empresas voluntariamente comprometidas com o bem-estar animal no Brasil conforme diretrizes indicadas pela Proteção Animal Mundial.

A falta das organizações de maior faturamento do setor dentre os signatários da declaração baseados no Brasil deve servir como alerta e fonte de incômodo. Sendo o Brasil um destacado emissor internacional de viajantes, inclusive para a África do Sul, e, por excelência, um dos maiores destinos de natureza do mundo, é urgente que os principais atores do trade turístico nacional assumam um papel de liderança e se comprometam efetivamente para a construção de uma indústria de viagens mais ética e sustentável no mundo pós-pandemia.

Movimento crescente 

O apoio coletivo internacional se materializa apenas algumas semanas depois de uma nova pesquisa da Proteção Animal Mundial, organização não-governamental que trabalha em prol do bem-estar animal, revelar que cidadãos sul-africanos e turistas internacionais de nove nacionalidades, inclusive brasileiros, são esmagadoramente contrários à continuidade da exploração da caça esportiva. Eles, por outro lado, se mostram amplamente favoráveis a experiências amigáveis ​​à vida silvestre

A movimentação acontece em paralelo à realização de uma consulta pública sobre o documento preliminar oficial de Conservação e Uso Sustentável da Biodiversidade por parte do governo sul-africano. Como o processo de consulta será concluído agora no início de setembro (dia 5), a declaração conjunta das empresas de turismo de todo o mundo oportunamente envia uma mensagem clara às autoridades de que a caça deve ficar no passado

Além das empresas já citadas anteriormente, até agora ao todo 34 organizações de todo o planeta manifestaram seu apoio à declaração conjunta. De acordo com o conteúdo do documento, os apoiadores identificam a caça como algo cruel e inaceitável, e acreditam que o turismo responsável e amigável da vida silvestre – uma alternativa ética e sustentável ainda subutilizada – deva ser a ferramenta adequada para fornecer renda e incentivos às comunidades de forma a proteger os animais sem recorrer à matança para fins supostamente de esporte ou entretenimento. 

"Agora temos ainda mais evidências de que o desenvolvimento do turismo amigo dos animais e o fim da exploração de silvestres, como a caça esportiva e a criação de leões em cativeiro, tem o potencial de impulsionar a reputação da África do Sul como líder global e destino para experiências éticas com animais", afirma Nick Stewart, Chefe Global de Campanhas de Animais Silvestres da Proteção Animal Mundial. 

"Estamos ouvindo um apelo clamoroso por mudanças por parte dos viajantes e das empresas de turismo. Eles estão claramente apoiando um movimento para proteger os animais selvagens da África do Sul por meio de alternativas que não prejudiquem nem matem os animais. Ouvir este apelo tornará o país um destino muito mais atraente ", complementa Stewart. 

Como ajudar individualmente 

As pessoas em geral também podem ainda manifestar o seu apoio e reforçar o movimento que busca evidenciar a importância da sustentabilidade no turismo e o respeito aos animais para o governo da África do Sul. 

No site da Proteção Animal Mundial há um modelo de e-mail (em Inglês, com tradução para o Português) para ser enviado à ministra das Florestas, Pesca e Meio Ambiente da África do Sul, Barbara Creecy, com comentários sobre a consulta pública. 

Destaques da pesquisa 

Relembre a seguir as principais descobertas da pesquisa divulgada no início do mês:

  • 84% dos turistas internacionais concordam que o governo sul-africano deve priorizar o turismo amigo da vida silvestre ao invés da caça esportiva;
  • 74% dos turistas internacionais concordam que fazer da caça esportiva um pilar de suas políticas prejudicaria a reputação da África do Sul e 72% se sentiriam totalmente desestimulados a visitar o país;
  • 7 em cada 10 cidadãos sul-africanos concordam que seu país seria um destino turístico mais atraente se proibisse a caça esportiva;
  • Três quartos (74%) dos cidadãos sul-africanos concordam que a caça esportiva é inaceitável até que todas as alternativas de turismo amigo da vida selvagem tenham sido esgotadas. 

Informações adicionais: 

  • A caça representa menos de 2% da economia da África do Sul;
  • Estima-se que se os 21 milhões de hectares (aproximadamente) de terra atualmente utilizados para a caça na África do Sul fossem realocados para o turismo não destrutivo, seriam criados mais de 190 mil empregos. O número é mais de 11 vezes maior do que os 17 mil postos atualmente suportados pela caça;
  • Taxas mais altas de declínio nas populações de leões e leopardos foram observadas em áreas com caça em comparação com áreas sem caça na Tanzânia (Packer et al., 2011).

 

Sete empresas brasileiras juntaram-se ao movimento: Braziliando, Estação Gabiraba, Gondwana Brasil, Onçafari, Turismo de Experiência, Turismo Responsável e Viare Travel.