7 impactos da mudança climática nos animais

7 impactos da mudança climática nos animais

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Um urso polar sobre um bloco de gelo derretendo: quando falamos sobre aquecimento global, essa é a imagem que nos vem à cabeça. Será que esse é o único impacto nos animais?

A perda de habitat é devastadora, mas infelizmente não é o único problema enfrentado pelos animais. A Proteção Animal Mundial chama a atenção para outros efeitos negativos da mudança climática para os animais, que são igualmente massivos e que podem te surpreender.

Confira abaixo:

1. Secas extremas

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Em regiões como o Chifre da África, as mudanças no clima estão causando secas mais longas e extremas. Os índices de chuva estão em declínio contínuo desde 1970, enquanto as temperaturas seguem aumentando.

O clima impacta diretamente as plantações e os animais: quanto menos chuva, menos água e menos comida. Neste ano, milhares de animais morreram na Bolívia e outros 30.000 foram socorridos pela nossa equipe. Em 2016, ajudamos mais de 40.000 bois e búfalos numa das secas mais extremas da história da Tailândia.

2. Degelo, chuvas e enchentes

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O aquecimento global está derretendo as calotas de gelo polar e elevando o nível do mar. Ao redor do mundo, as cidades costeiras vêm sendo ameaçadas por enchentes e tempestades. Essas, aliás, foram as duas catástrofes mais frequentes da última década – somando até 80% de todos os desastres naturais.

nesta região da Argentina, que enfrentou inundações em 2016, foram quase 24.000 cães, cavalos e bois afetados.

3. O fenômeno dzud

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Em 2015, o frio extremo causou a morte de 170.000 alpacas no Peru. Entre os países mais vulneráveis às mudanças climáticas está a Mongólia. As intensas secas no verão vêm sendo seguidas por invernos cada vez mais rigorosos, um fenômeno conhecido como dzud. Os dzuds ameaçam milhões de animais devido à falta de pastagem, congelamento das patas e abortos causados pelo frio.

Em 2016, a nossa equipe ajudou mais de 160.000 animais na Mongólia e o número de animais socorridos subiu para 350.000 no dzud deste ano.

4. Mega tempestades

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Antes raras, mega tempestades como o Tufão Haima estão se tornando cada vez mais comuns. O motivo? O aumento na temperatura dos oceanos. Causadas pela evaporação intensa de água, essas tempestades se formam em alto mar e deixam um rastro de destruição por onde passam – matando, ferindo e deixando inúmeras pessoas e animais sem lares.

Lembra do Furacão Matthew? Foram mais de 670.000 animais impactados no Haiti.

5. Doenças

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A mudança climática também contribui para a propagação de doenças. Entre elas estão ebola, dengue, malária, cólera, vírus do Nilo Ocidental e doença de Lyme. Diferentes pesquisas associam o adoecimento de animais de fazenda às mudanças climáticas – como este estudo na Índia e este no Quênia.

Já os desastres naturais têm um impacto ainda mais direto na saúde dos animais. Em tempestades ou enchentes, eles correm o risco de contrair infecções graves, como carbúnculo e doença de Newcastle. A exposição à chuva e aos ventos fortes também causa doenças respiratórias, vômitos e diarreia. Animais presos durante enchentes, atolados na lama ou neve, no caso dos dzuds, podem desenvolver problemas nas patas e cascos. E em secas extremas, eles sofrem com a desnutrição e a desidratação.

6. Ondas de calor extremo

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Nas últimas duas décadas, as ondas de calor vêm se tornando uma das principais causas de mortes relacionadas a desastres naturais. Assim como os humanos, os animais também são afetados. Em 2010, por exemplo, o calor intenso matou metade da população de cacatuas-negras-de-bico-curto (uma espécie ameaçada da Austrália) na cidade de Hopetun.

E desde 1994, já morreram mais de 45.000 dos maiores morcegos do mundo (conhecidos como raposas-voadoras) em 21 ondas de calor.

7. Migração

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As mudanças climáticas também interferem na migração dos animais, que têm que mudar sua rota ou se adaptar a climas aos quais não estão acostumados, às vezes deixando de migrar. Isso afeta todo o ecossistema. Por exemplo, o aquecimento dos polos está fazendo com que o salmão do Alasca (EUA) pare de migrar – o que impacta diretamente a alimentação dos ursos.

Um estudo mostrou que o clima está alterando ou interrompendo os padrões migratórios de pássaros, borboletas e peixes. Entre eles estão: o chapim-real (Europa), o salmão do Alasca (EUA), a borboleta monarca (América do Sul e Norte), a cegonha-branca (Espanha), os gansos-do-canadá (EUA) e diversas aves costeiras (Israel).  

Movendo o mundo para proteger os animais

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Os animais são impactados pelas mudanças climáticas da mesma forma que as pessoas – milhões morrem ou sofrem com a falta de comida, água e abrigo após desastres naturais, ficando vulneráveis a doenças e ao abandono. Mas diferente de nós, os animais não têm voz.

Com o seu apoio, a Proteção Animal Mundial está trabalhando pequenos agricultores, pessoas que têm animais de estimação e pastores para que estejam mais preparados no caso de um desastre. Também trabalhamos com governos para que criem políticas de proteção aos animais e desenvolvam planos de contingência para desastres. Com isso, queremos diminuir a vulnerabilidade dos animais.

Em algumas regiões, estamos desenvolvendo sistemas de alerta para que as pessoas e seus animais possam fugir antes que um ciclone atinja aquela comunidade. Em outras, levamos alimento, água e atendimento veterinário emergencial para socorrer milhares de animais afetados por catástrofes ou climas cada vez mais extremos.

Juntos, vamos mover o mundo para proteger os animais.

Os animais são tão impactados pelo clima quanto as pessoas – mas eles não têm voz

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