Haja Estômago!: é hora de combater a resistência antimicrobiana
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Nova campanha da Proteção Animal Mundial tem como foco conscientizar a população sobre o uso excessivo de antibióticos na produção animal.
Você sabia que 3/4 dos antibióticos do mundo são usados em animais de fazenda? Seja para evitar que fiquem doentes, para promover o crescimento acelerado ou para tratar doenças, essa prática impulsiona o surgimento de bactérias multirresistentes (bactérias resistentes a antimicrobianos) e nos deixa menos capazes de combater infecções.
Por isso lançamos a campanha "Haja Estômago!", que tem como objetivo conscientizar a população sobre o uso excessivo de antibióticos na produção animal e combater a resistência antimicrobiana.
“Temos que enfrentar a resistência antimicrobiana, que representa hoje uma crescente ameaça à saúde global e que deve ser abordada com urgência na saúde pública, uma vez que coloca em risco o tratamento eficaz de infecções causadas por bactérias, parasitas, vírus e fungos, resultando em doenças mais prolongadas e em maior mortalidade”, defende o advogado Matheus Falcão, analista de Saúde do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC).
O IDEC e a Proteção Animal Mundial elaboraram, em parceria, o policy paper “Como evitar a próxima catástrofe sanitária: resistência antimicrobiana”, divulgado em novembro do ano passado. “Também é importante dizer que o impacto é maior nas populações mais vulneráveis. Como se não bastasse, a resistência antimicrobiana coloca em risco a sustentabilidade dos sistemas agroalimentares e, com ela, a segurança alimentar”, completa Falcão.
No dia 7 de abril (Dia Mundial da Saúde), a Proteção Animal Mundial lançou o relatório "Os impactos ocultos da pecuária industrial intensiva", onde expõe como os governos de todo o mundo estão ignorando os perigos de saúde pública causados pelo sistema industrial intensivo, bem como o sofrimento de bilhões de animais de fazenda.
Precisamos mudar essa realidade
Com a campanha Haja Estômago!, queremos mostrar que não há futuro para o sistema industrial intensivo. Entre as mudanças sistêmicas que acreditamos ser necessárias para alcançarmos ganhos maiores de saúde para a população, estão:
- Reorientar os subsídios da pecuária industrial intensiva para práticas humanas e sustentáveis;
- Apoiar esforços para reduzir significativamente a produção e o consumo de carne e laticínios em países com alta média de consumo por pessoa;
- Melhorar a acessibilidade dos alimentos à base de plantas;
- Fornecer apoio à transição aos agricultores que não desejam mais se envolver com o sistema industrial intensivo.
Para isso, estamos pedindo aos governos de todo o mundo que imponham uma moratória nas fazendas industriais, além de introduzir e aplicar padrões mais altos de bem-estar na criação de animais.
Para saber mais sobre a campanha, acesse a página www.hajaestomago.com.br.