Coreia do Sul anuncia fim às fazendas de bile de urso
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26 de janeiro de 2022 se tornou um dia marcante para centenas de ursos mantidos em cativeiro na cruel indústria de bile de urso na Coreia do Sul
Na última quarta-feira, 26 de janeiro, o Ministério do Meio Ambiente da Coreia do Sul assinou um acordo com a Bear Farmers Association e as principais organizações locais de proteção animal para estabelecer um compromisso de proibir a criação de ursos em cativeiro para a extração de bile. O acordo começa a valer a partir do dia 1º de janeiro de 2026 e os signatários concordaram em cooperar para conservar e cuidar dos ursos que continuam vivos.
Desde 2003, temos trabalhado arduamente em parceria com a Green Korea United para acabar com a indústria cruel de bile de urso. Isso incluiu negociar o acordo com a Bear Farmers Association e o governo sul-coreano para esterilizar os ursos que vivem nas fazendas para garantir que esta seja a última geração de animais a sofrer em cativeiro por sua bile.
Entre 2014 e 2017, o Ministério do Meio Ambiente esterilizou 967 ursos que eram mantidos em cativeiro para a exploração de sua bile. Com a conclusão do programa de esterilização, a população de ursos em fazendas diminuiu em 75%. Hoje, em toda a Coreia do Sul, 360 ursos permanecem em cativeiro - em meados dos anos 2000, eram 1.400 ursos.
Atualmente, é ilegal extrair a bile de ursos na Coreia do Sul enquanto os animais estiverem vivos. No entanto, o governo permite que os animais com 10 anos de idade sejam abatidos para que a vesícula biliar seja extraída e possa ser usada na medicina tradicional asiática. Com o acordo, a exploração cruel de ursos como mercadorias será abolida de de uma vez por todas no país, encerrando uma indústria de 40 anos.
"Estamos muito entusiasmados com este acordo, que é resultado de um longo trabalho de 18 anos em parceria com a Green Korea United. Ursos em cativeiro, explorados pela indústria da bile, são cruelmente explorados e comercializados. Eles passam a vida toda em gaiolas minúsculas e apertadas, suportando imenso sofrimento mental e físico", comenta Maya Pastakia, Gerente Global de Campanhas de Animais Silvestres, Não Remédios, na Proteção Animal Mundial.
"Esse acordo envia um sinal claro e positivo de que a prática cruel de fazendas de bile de ursos não é mais aceitável em um país moderno. Principalmente por alternativas à base de plantas estarem prontamente disponíveis para substituir as partes de animais. Ursos não são remédios - eles são seres sencientes e pertencem à natureza", complementa Maya.
O governo também está planejando construir um novo abrigo em Guyre-gun, que acomodará 49 ursos, e um santuário em Seocheon-gun, que abrigará cerca de 70 ursos. Parabenizamos esse desenvolvimento, mas pedimos ao governo que garanta que sejam criados espaços suficientes no santuário para abrigar todos os ursos restantes após janeiro de 2026. Também estamos pedindo a criação de um plano para gerenciar os ursos de forma humana.
"Pedimos ao Ministério do Meio Ambiente que pare de ser reativo e avance usando a declaração de 26 de janeiro para marcar o início do fim desta indústria cruel. O Ministério deve ser proativo e tomar medidas para garantir que os abrigos para os ursos desempenhem seu papel como instalações nacionais para proteger com segurança os ursos restantes nas fazendas", afirma Kyoungsun Woo, Co-Diretor da Green Korea United.
Junte-se a nós
Existem aproximadamente 24 mil ursos mantidos em cativeiro na Ásia para que sua bile seja extraída para ser usada pela indústria da medicina tradicional.
Nós já ajudamos a resgatar e realocar mais de 800 ursos, além de projetar e financiar 12 santuários de ursos em todo o mundo. E continuaremos lutando para acabar com a indústria da bile de urso em outras partes da Ásia, principalmente no Vietnã e na China, para garantir que essa seja a última geração de ursos em sofrimento.
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Continuaremos lutando para acabar com a indústria da bile de urso em outras partes da Ásia, principalmente no Vietnã e na China, para garantir que essa seja a última geração de ursos em sofrimento.