Ilustração do Curupira, o guardião das florestas, por Celso Costa, da Rede Amazônia

Curupira é o mascote da COP 30 de Belém

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O defensor da floresta terá o desafio de afastar pecuaristas e lobistas do debate climático, que precisa incluir o impacto da agropecuária industrial no clima.

O Curupira, personagem icônico do folclore brasileiro, será o mascote da COP30, que acontecerá em novembro deste ano, em Belém do Pará. A escolha pelo protetor das florestas para representar o país durante a conferência do clima manda um recado claro: defender o verde deve ser prioridade, se quisermos proteger o clima.

As lendas sobre o Curupira fazem parte do folclore de diversas regiões do Brasil, e a história sobre sua origem, assim como a descrição de sua aparência, podem variar, mas em todas elas o personagem representa a proteção da floresta e de seus animais. Uma de suas características mais marcantes são os pés virados para trás, que servem para confundir caçadores e desmatadores.

Ao comentar a escolha do governo brasileiro sobre o mascote, o jornalista André Trigueiro disse: “Que o nosso curupira possa despistar os lobistas do petróleo e do carvão, os desmatadores e os negacionistas que pretendam bater ponto em Belém!”. E nós também esperamos isso!

Pois, para defender a floresta, é preciso deter a expansão da agropecuária industrial sobre a Amazônia e outros biomas. Essa questão não pode mais ser tratada como negócio, é sobre sobrevivência.

A expansão das áreas de pastagem e de cultivo de soja para produzir ração animal frequentemente leva ao desmatamento de vegetação nativa na Amazônia, no Cerrado e no Pantanal.


A perda das matas significa a liberação para a atmosfera do carbono que fica armazenado nas árvores e no solo, além da redução da capacidade de sequestro de carbono do planeta. O desmatamento e a conversão de terras para uso agrícola são, portanto, as maiores fontes de emissões de gases do efeito estufa  do Brasil (74%), impulsionando o extermínio da nossa biodiversidade e os eventos climáticos extremos que enfrentamos.

“No Brasil, nossas iniciativas mais importantes devem se concentrar em zerar o desmatamento e mudar a atual forma de produção de alimentos para um modelo que valorize a produção agroecológica familiar, com comida de verdade e bem-estar animal”, afirma Nara Perobelli, Gerente de Campanhas Climáticas da Proteção Animal Mundial.

O tempo das promessas já passou.

Esse é um ano chave para que o Brasil e o mundo coloquem em prática ações para combater as mudanças climáticas. No nosso caso, precisamos questionar os impactos socioambientais e climáticos das políticas que incentivam o crescimento infinito da agropecuária e mudar essa relação. 

Precisamos revolucionar os sistemas alimentares agora!  

Não é algo que governos e empresas farão voluntariamente. Então cabe a nós, a sociedade, exigirmos isso. Que sejamos todos guardiões da floresta! 

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A crueldade animal não pode continuar: precisamos transformar nosso modelo de produção de alimentos.

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Ilustração: Celso Costa | Rede Amazônia

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