As vítimas invisíveis da crise climática

Documentário "As Vítimas Invisíveis da Crise Climática" revela os impactos da destruição ambiental nos animais

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Com foco nos extremos climáticos – a seca no Amazonas e as enchentes no Rio Grande do Sul – o filme alerta sobre os impactos devastadores na vida dos animais, principalmente os silvestres.

O novo documentário “As vítimas invisíveis da crise climática” visa expor os impactos sofridos pelos animais de criação – como bovinos, aves e suínos – e pelos silvestres, durante as recentes enchentes no Rio Grande do Sul e a seca no Amazonas.

Enquanto os animais de estimação e de criação podem ser contabilizados nas tragédias, os silvestres se tornam as vítimas invisíveis. Quem abandona sua casa para salvar a própria vida pode retornar para resgatar um animal de estimação deixado para trás. Da mesma forma, quem perde o gado consegue contabilizar os animais do rebanho. Mas ninguém sabe informar quantos silvestres habitavam uma determinada região antes da tragédia.

O documentário também alerta que, em 2024, 60% do território brasileiro ficou coberto pela fumaça das queimadas. Foram registrados mais de cem mil focos de incêndio, intensificados pela seca histórica. Como parte da narrativa, utilizamos áudios de telejornais recentes, incluindo uma matéria que chamou atenção para o monitoramento da seca nos rios do Amazonas, buscando evitar a morte de botos, semelhante ao que ocorreu em 2023.

No Rio Grande do Sul, especialistas classificaram a tragédia climática como uma das maiores da história do Brasil.

Preservação como única saída

“O sistema agropecuário industrial tem uma relação direta com a emergência climática por ser o vetor do desmatamento. No Brasil, 97% da área desmatada já está sendo ocupada pela agropecuária industrial”, explica Rodrigo Gerhardt, nosso gerente de vida silvestre.

Mostramos no documentário que a preservação é essencial para evitar tragédias climáticas. Um exemplo é a Unidade de Conservação Refúgio da Vida Silvestre Banhado dos Pachecos (RS). Este local atuou como uma esponja natural, impedindo que as águas causassem danos e oferecendo abrigo para animais silvestres durante a enchente, como relatado por um representante da unidade de conservação.

A transição para sistemas alimentares sustentáveis

O lançamento do documentário ocorreu na mesma semana em que participamos da Conferência das Partes (COP29), no Azerbaijão, debatendo o impacto dos sistemas alimentares no clima e defendendo a “transição justa”. Esse conceito propõe mudanças em direção a práticas agrícolas sustentáveis que beneficiem comunidades, trabalhadores e animais, sem sacrificar meios de subsistência ou ecossistemas locais.

A transição justa é baseada em três pilares principais:

  • Fortalecimento da governança do sistema alimentar: responsabilização de corporações multinacionais enquanto promovemos sistemas alimentares locais e responsáveis.
  • Promoção de práticas agroecológicas: incentivo a métodos agrícolas sustentáveis e inclusivos que protejam os direitos humanos, o meio ambiente e o bem-estar animal.
  • Mudança para dietas dentro dos limites planetários e sociais: redução do consumo de carne, especialmente em países de alto consumo, e promoção de dietas ricas em vegetais.

Convidamos você a se unir a nós na luta por um futuro mais justo e sustentável para os animais e para o planeta.

 

 

 

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