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Novo Guia dos Bancos Responsáveis denuncia: falta de compromisso dos bancos ameaça vida animal e agrava crise climática

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Em parceria com a Proteção Animal Mundial, estudo do Idec revela que os maiores bancos do Brasil ainda não cumprem o papel necessário na luta contra as mudanças climáticas.

Os maiores bancos brasileiros, responsáveis por mais de 70% dos ativos do sistema bancário nacional, mostram avanço limitado em práticas climáticas e de responsabilidade ambiental. A 10ª edição do Guia dos Bancos Responsáveis, realizada pelo Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) em colaboração com a Proteção Animal Mundial e outras organizações, avaliou 18 temas socioambientais e climáticos, abrangendo tanto a operação interna dos bancos quanto quatro categorias de serviços financeiros: créditos corporativos, financiamento de projetos, gestão de recursos próprios e de terceiros.

  • Temas transversais: bem-estar animal, mudanças climáticas, corrupção, igualdade de gênero, direitos humanos, direitos trabalhistas, meio ambiente e impostos.
  • Temas setoriais: políticas relacionadas a armas, alimentos, florestas, mineração, óleo e gás, e geração de energia.
  • Temas operacionais: proteção ao consumidor, inclusão financeira, remuneração, transparência e prestação de contas.

A nota média em práticas climáticas foi 3,3 – uma queda em relação ao ano anterior, refletindo que, apesar de alguns progressos, os bancos ainda não atendem às expectativas na gestão dos riscos ambientais.

Confira o sumário executivo

Políticas climáticas insuficientes
O estudo, desenvolvido em parceria com a Fair Finance International, aponta que os bancos têm priorizado questões operacionais, como igualdade de gênero e inclusão financeira. Contudo, o setor ainda carece de políticas específicas para enfrentar as mudanças climáticas e promover um sistema financeiro verdadeiramente sustentável. A Proteção Animal Mundial destaca que a falta de diretrizes robustas prejudica não só o meio ambiente, mas também o bem-estar animal, reforçando a necessidade de compromisso com uma economia de baixo impacto ambiental que leve em consideração a vida animal.

Desempenho e ranking dos bancos
O relatório analisou documentos públicos de oito grandes instituições – Banco do Brasil, BNDES, Bradesco, BTG Pactual, Caixa Econômica Federal, Itaú Unibanco, Safra e Santander – que foram classificadas conforme 18 temas ambientais, sociais e operacionais. Cada banco recebeu uma nota geral:

  1. BNDES: 5,1 (ligeira queda em relação aos 5,2 do ano anterior)
  2. Banco do Brasil: 3,8 (um leve avanço em relação aos 3,7 de 2022)
  3. Itaú: 3,6 (queda de 4,1 em 2022)
  4. Santander: 3,3 (queda de 3,9)
  5. Caixa Econômica Federal: 2,9 (queda de 3,4)
  6. Bradesco: 2,9 (queda de 3,7)
  7. BTG Pactual: 2,5 (queda de 3,1)
  8. Safra: 2,4 (queda de 3,4)

Esses dados indicam que, apesar de políticas públicas, há uma lacuna na implementação de diretrizes próprias. O Banco do Brasil foi o único a melhorar sua posição, enquanto outros registraram declínio em práticas climáticas e ambientais.

Leia o relatório na íntegra

Bem-estar animal e uso de agrotóxicos
A Proteção Animal Mundial enfatiza a urgência de adotar políticas que contemplem o bem-estar animal e limitem o financiamento de atividades que dependem do uso intensivo de agrotóxicos. O relatório evidencia que apenas um banco, o BTG Pactual, pontuou em políticas de bem-estar animal, enquanto as demais instituições ficaram aquém. Para a Proteção Animal Mundial, o bem-estar animal e a segurança alimentar são essenciais para a sustentabilidade, e a ausência de diretrizes contra o uso de agrotóxicos representa um risco para a saúde pública e a biodiversidade.

Desinvestimento e a pressão por políticas de exclusão
O estudo também destaca a necessidade de desinvestimento em setores críticos, como mineração e combustíveis fósseis, que contribuem significativamente para as emissões de gases de efeito estufa. Embora a maioria dos bancos avaliem reduzir o financiamento nesses setores, instituições como Safra, BTG e Caixa ainda não implementaram a chamada “estratégia de phase-out” (eliminação progressiva). A Proteção Animal Mundial reforça que as instituições financeiras brasileiras precisam adotar uma postura firme contra atividades de alto impacto ambiental e estabelece a importância de compromissos claros com prazos definidos para o desfinanciamento desses setores.

Transparência e compromissos públicos
Outro ponto crítico levantado pelo relatório é a transparência. Apenas 33% dos elementos avaliados estão disponíveis nos documentos públicos dos bancos, limitando o acesso à informação e dificultando a cobrança por parte dos consumidores e investidores. A Proteção Animal Mundial destaca que essa falta de clareza prejudica a confiança no setor financeiro e impede um acompanhamento efetivo dos compromissos climáticos e de bem-estar animal.

Destaque na Mídia
O Valor Econômico publicou, em 5 de novembro de 2024, a matéria "Bancos avançam, mas ainda tiram nota baixa em diretrizes de combate às mudanças climáticas, diz estudo do Idec". A reportagem traz informações sobre as críticas das instituições do terceiro setor às práticas ambientais dos maiores bancos do Brasil.

O papel transformador do sistema financeiro
O guia anual do Idec, com apoio da Proteção Animal Mundial e outras entidades, busca influenciar o setor bancário a adotar práticas que vão além das exigências legais, atuando como agentes de transformação para uma economia mais sustentável e ética. O relatório sugere que os bancos devem adotar diretrizes mais ambiciosas e agir com transparência, assumindo seu papel de corresponsáveis na luta contra as mudanças climáticas e a perda da biodiversidade.

A Proteção Animal Mundial conclui que o setor bancário brasileiro tem uma oportunidade única de liderar a transição para uma economia que valoriza e protege o meio ambiente e o bem-estar animal. Para a organização, não é suficiente esperar por regulamentações – é preciso uma postura proativa, entendendo o impacto profundo que o sistema financeiro tem no futuro do planeta.

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