Palestrantes posam para uma foto de grupo no Evento de Líderes na COP28

COP28: Pecuária industrial fora de acordo

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Proteção Animal Mundial lamenta que as iniciativas para limitar o impacto da pecuária industrial, grande vilão do clima, não sejam contempladas em acordo histórico

A presidência da COP28 anunciou nesta sexta-feira, 1/12, que 134 lideranças mundiais – incluindo o Brasil, país com maior produção agropecuária no mundo – assinaram uma histórica Declaração pela Sustentabilidade na Agricultura, Sistemas Alimentares e Ação Climática. Também foi anunciada a mobilização de mais de US$ 2,5 bilhões em recursos para apoiar a segurança alimentar no combate às mudanças climáticas. 

A Proteção Animal Mundial, que há mais de setenta anos atua em dezenas de países a favor da causa animal, destaca que a declaração deveria refletir o entendimento de que os sistemas alimentares e a agricultura precisam estar no centro das negociações climáticas, como a ONG defende há anos. Porém, é rasa porque não aprofunda questões que já são explícitas, como o impacto da agricultura convencional e da pecuária industrial no clima, além de não apontar as alternativas para esses modelos.  

“Lamentamos que os líderes mundiais não tenham dado a devida atenção para a pecuária industrial, atividade que é uma das principais causas do aquecimento climático. Apesar do avanço na discussão que essa declaração – liderada pelos Emirados Árabes – representa, as negociações continuam bloqueadas em razão de desacordos entre os países signatários sobre quem vai conduzir a implementação dessa agenda no grupo de trabalho sobre agricultura. A reunião, que ocorreu hoje, terminou sem nenhum acordo, mas a pauta está prevista para ter continuidade no sábado, dia 2 de dezembro e esperamos que haja alguma decisão concreta. Não há mais tempo para esse assunto tão sério ficar apenas no papel”, defende Natalia Figueiredo, Gerente de Engajamento Externo na Proteção Animal Mundial  

No Brasil, dados do Observatório do Clima apontam que os sistemas alimentares no país representam 74% das emissões de gases de efeito estufa. 

“A pecuária industrial é o setor que mais impacta nesse resultado, principalmente por conta do desmatamento que a atividade causa em território brasileiro. Os danos dessa atividade ao clima incluem ainda as emissões do próprio rebanho, que em outros países é uma parcela muito significativa, fazendo da pecuária industrial uma das grandes contribuintes para o aquecimento global”, afirma Marina Lacôrte, gerente de sistemas alimentares na Proteção Animal Mundial. 

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