Proteção Animal Mundial na Semana do Clima de Nova York 2024
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Evento reúne líderes e organizações globais para debater soluções e cumprimento das metas climáticas
A 16ª edição da Semana do Clima (Climate Week NYC) acontece de 22 a 29 de setembro na cidade de Nova York, e, como nas edições anteriores, o evento se consolida como um espaço de diálogo e colaboração global, voltado para promover soluções inovadoras e acelerar o cumprimento das metas climáticas. Essa semana também se caracteriza como um espaço de mobilização social, e um chamado por ação a esses líderes e formuladores de políticas.
Com o slogan It's Time (Está na Hora), a Semana do Clima de Nova York alerta para a urgência com que devemos agir. Apesar dos investimentos em tecnologias para combater a crise climática, 2024 já registrou temperaturas alarmantes e desastres climáticos em diversas partes do mundo. A realidade é clara: as ações atuais ainda não são suficientes para frear o avanço das mudanças climáticas em ritmo acelerado.
Imagens aéreas de Canoas/RS após tragédia causada pelas fortes chuvas em 2024- RS. Foto: Ricardo Stuckert / Agência Brasil
Pelo segundo ano consecutivo, estaremos presentes no evento, que recebe governantes, empresas e ativistas com o compromisso de impulsionar políticas climáticas mais eficazes. Entre os participantes, estão confirmados o Presidente do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva, e a Ministra dos Povos Indígenas, Sônia Guajajara.
O impacto do sistema alimentar na crise climática
Um dos temas centrais que abordamos na Semana do Clima é o impacto do atual sistema alimentar nas mudanças climáticas. Esse modelo de produção não só causa sofrimento aos animais, mas também é um dos maiores responsáveis pelas emissões de gases de efeito estufa que levam ao aquecimento global. No Brasil, por exemplo, a produção de alimentos responde por 74% das emissões de gases de efeito estufa, segundo o Observatório do Clima.
Exija que a JBS pare de financiar o desmatamento
“A pecuária industrial é o setor que mais impacta nesse resultado, principalmente por conta do desmatamento e queimadas que promove em território brasileiro. Os danos ao clima incluem ainda as emissões do próprio rebanho, que em outros países é uma parcela muito significativa, fazendo da pecuária industrial uma das grandes contribuintes para a crise climática em todo o planeta”, declara Marina Lacôrte, gerente de sistemas alimentares na Proteção Animal Mundial.
Os impactos dessa prática são devastadores:
Destruição de florestas: animais, como a onça-pintada Xamã e a tamanduá Cecília estão perdendo seus lares graças ao avanço da pecuária. Queimadas criminosas, muitas vezes ligadas à indústria da carne e ao setor do agronegócio, estão devastando ecossistemas;
Disseminação de doenças e problemas de saúde pública: ao colocar milhares animais em espaços minúsculos e superlotados, aumenta-se o risco de surtos e epidemias globais; e com altas doses de antibióticos ministradas de forma irresponsável, promove-se a resistência antimicrobiana tornando a população mais vulnerável;
Escassez e contaminação de água: no Brasil, o setor agropecuário consome mais da metade da água doce do país e é responsável pela poluição de rios e lençois freáticos com agrotóxicos e fertilizantes;
Conflitos no campo: A pecuária industrial tem sido responsável por perpetuar a violência nas áreas rurais do Brasil, onde comunidades indígenas e tradicionais enfrentam diariamente avanço do agronegócio em larga escala.
Principais contribuições na Semana do Clima de NY
A nossa participação é marcada por uma abordagem de debate e protesto, com o objetivo de expor essas questões ligadas aos sistemas alimentares e conscientizar o público sobre o impacto da agropecuária industrial no aquecimento global e promover alternativas mais sustentáveis.
No dia 23 de setembro, seremos anfitriões de um coquetel à base de plantas (plant based), em parceria com a Plantega, uma iniciativa que promove a alimentação saudável e sustentável na cidade de Nova Iorque. Durante o evento, serão oferecidas refeições gratuitas, enquanto se discute a necessidade urgente de repensar o modelo atual de produção e consumo de alimentos. A nossa coordenadora de sistemas alimentares, Karina Rie Ishida, estará presente para abordar as principais questões relacionadas ao tema.
Já no dia 24 de setembro, às 15h (horário de Brasília), a nossa gerente de políticas públicas, Natália Figueiredo, participará do painel Coordenando uma Transição Global para uma Alimentação Justa, no qual será lançado o relatório “Uma Transição Alimentar Justa”. Esse documento, coproduzido por mais de 70 organizações, propõe ações concretas para parar a expansão agropecuária e promover uma alimentação mais sustentável e justa.
Com a nossa participação na Semana do Clima de Nova York queremos reforçar a importância de repensarmos o sistema alimentar global e adotarmos soluções mais justas e sustentáveis para proteger os animais, o meio ambiente e a saúde humana. A hora de agir é agora – pelo clima, pelos animais e pela saúde de todos nós.
Fim à pecuária industrial
A empresa brasileira JBS, maior produtora de carne do mundo, é o maior exemplo da pecuária industrial. Em 2023, revelamos em uma investigação a compra de insumos (grãos) oriundos de áreas desmatadas por parte da empresa e que foram palco de irregularidades como grilagem e “lavagem de grãos”.
Diariamente, a JBS abate mais de 13 milhões de frangos, 128 mil suínos e 77 mil bovinos. Para sustentar essa produção em larga escala, a empresa adquire grandes volumes de grãos, como soja e milho, que vêm contribuindo para o desmatamento em diversas regiões no Brasil e que alimentam o sofrimento de milhares de animais.
Nós podemos mudar essa realidade! Ajude a pressionar a JBS para que ela pare de financiar o desmatamento, adote práticas mais sustentáveis e assuma medidas concretas para limpar sua cadeia de fornecedores de uma vez por todas.
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Com o seu apoio, vamos lutar para que todos os animais tenham uma vida digna.