Ararinha-azul (Cyanopsitta spixii)

A Ararinha Azul, cientificamente conhecida como Cyanopsitta spixii, é uma ave majestosa, já extinta no meio ambiente, caracterizada por sua plumagem azul intensa e distintiva. Com uma pequena estatura, aproximadamente 56 cm de comprimento, destaca-se pela sua coloração única, que vai do azul-celeste nas penas ao redor do rosto até o azul mais profundo nas asas e cauda. Suas asas estreitas e pontiagudas indicam sua habilidade para voar com agilidade.

Habitat e Hábitos

Originalmente, a Ararinha Azul habitava a região de Caatinga no Brasil, onde encontrava cavidades naturais em árvores para fazer seus ninhos. Essas aves eram notáveis por sua vida social, formando grandes grupos familiares. Eram especialmente ativas durante o amanhecer e entardecer, aproveitando a temperatura mais amena para suas atividades diárias. Infelizmente, a situação atual da Ararinha Azul não é a mesma. 

A espécie foi criticamente impactada pela caça e destruição de seu habitat e agora enfrenta o grande desafio de voltar a ocupar sua região de origem com ajuda de viveiros que reproduzem a espécie e especialistas.

Contribuição para o Meio Ambiente

A contribuição da Ararinha Azul para o meio ambiente ia além de sua beleza. Como frugívoros, desempenhavam um papel fundamental na dispersão de sementes, promovendo a regeneração natural das áreas em que viviam. Além disso, eram parte integrante do ecossistema, participando de interações complexas com outras espécies da fauna e flora e com o ambiente ao seu redor. É comum que determinada planta da dieta da ave extinta sofra riscos de extinção também. Com esta ave em especial, a dieta contava com os frutos de cerca de 18 espécies de plantas, das quais 98% correspondem a seis espécies de palmeiras grandes. 

Ameaça de Extinção

Infelizmente, a Ararinha Azul enfrenta uma ameaça crítica de extinção. A destruição de seu habitat natural devido ao desmatamento, bem como o tráfico ilegal de aves para o comércio de animais de estimação, foram fatores determinantes para o declínio drástico de sua população, fazendo com que fosse considerada extinta da natureza, com exemplares apenas em cativeiros em diferentes países da Europa.

^{Régua da IUCN indica a ararinha-azul como extinta do meio ambiente}

Atualmente, a Ararinha Azul está passando por um intenso processo de reabilitação para fazer com que a espécie volte a circular livremente na natureza na região em que vivia. Embora os indivíduos em cativeiro sejam importantes para possibilitar a reintrodução da espécie, não podemos esquecer que foi justamente o interesse e demanda por ter esses animais como pets que fez sua extinção em vida livre. .

A esperança

Duas décadas depois do desaparecimento da última ararinha-azul selvagem monitorada – o que marcou a extinção da espécie – em junho de 2022, os apaixonados pela vida silvestre assistiram a uma revoada de esperança.

Oito ararinhas-azuis, cinco fêmeas e três machos, que vieram de um criadouro na Alemanha, foram soltas em uma área de preservação ambiental, na Bahia. Mas as notícias ficaram ainda melhores em outubro de 2023, com o nascimento de dois filhotes no habitat natural.

Para que isso fosse possível, durante dois anos, as ararinhas-azuis foram mantidas em um viveiro, onde tiveram o contato com os humanos reduzido e receberam estímulos para conviver com outras aves, a exemplo das araras-maracanã. Dessa forma, aprenderam a sobreviver na natureza.

Atualmente, a população mundial de ararinhas-azuis é estimada em apenas 200 indivíduos.  

Para que esse enredo continue com um final feliz, nos ajude a defender os animais silvestres.