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Para que mais filhotes como o Xamã tenham uma segunda chance, precisamos da sua doação. Junte-se a nós na luta pela preservação das onças-pintadas e de outros animais em risco.
A majestosa onça-pintada (Panthera onca), maior felino das Américas e o terceiro maior do mundo, fica atrás somente do tigre e do leão no reino animal. Dona da mordida mais poderosa entre os felinos latinos, sua mandíbula é capaz de perfurar o casco de uma tartaruga sem dificuldade, e seus caninos podem atingir até 5 centímetros de comprimento. A pelagem varia do amarelo-claro ao castanho-ocre, e mesmo as onças de coloração escura possuem manchas, também conhecidas como rosetas.
Assim como em outros gatos pintados, nas onças, as rosetas são como impressões digitais, únicas para cada animal.
Geralmente, vivem solitárias e são mais ativas ao anoitecer e amanhecer. Outra característica notável da espécie é que ela é o único felino das Américas com capacidade de rugir, emitindo um som grave chamado esturro.
A onça-pintada desempenha um papel vital na conservação das florestas. Está no topo da cadeia alimentar e controla a proliferação de cerca de 80 espécies que fazem parte da sua alimentação.
Sua presença em uma região indica que ela oferece boas condições ambientais para a sobrevivência da espécie, que necessita de bastante espaço, e dos outros animais que compõem a sua cadeia alimentar.
Apesar de sua soberania nas florestas e cerrados brasileiros, a onça-pintada enfrenta sérios riscos de extinção. De acordo com a Lista Vermelha das Espécies Ameaçadas da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, sigla em inglês) a onça-pintada está classificada globalmente como quase ameaçada. No Brasil, conforme dados do Ministério do Meio Ambiente, a categorização muda para vulnerável, exceto na Mata Atlântica, onde as onças estão criticamente em perigo. Segundo o Fundo Mundial para a Natureza (WWF), restam cerca de 300 onças-pintadas nessa floresta. No Pampa, elas já se encontram extintas.
Status da onça-pintada na IUCN Red List (International Union for Conservation of Nature’s Red List): "quase ameaçada"
De acordo com o mapeamento da IUCN, a redução do número de felinos está associada ao desmatamento de regiões florestais e à expansão das regiões agrícolas e pecuárias. Com os habitats naturais reduzidos e a caça ilegal de porcos do mato e outras espécies pequenas que compõem a sua alimentação, as onças acabam se arriscando em beiras de rodovias e entrando em propriedades rurais para se alimentar, o que acarreta a caça predatória do animal por parte dos fazendeiros.
Um dos símbolos do impacto devastador das queimadas para a fauna brasileira é o filhote Xamã, resgatado em agosto de 2022 com o apoio da Proteção Animal Mundial.
Xamã foi resgatado na região de Sinop, estado do Mato Grosso, quando tinha cerca de dois meses de idade. Ele foi encontrado sozinho em uma propriedade próxima a uma área impactada pelas queimadas, suspeita-se que tenha se separado de sua mãe ao fugir do incêndio.
Mapa da região de Sinop, Mato Grosso, onde Xamã foi resgatado, com pontos identificados como cicatriz de queimada.
No momento do resgate, Xamã estava assustado e desnutrido, necessitando de cuidados urgentes. Graças às autoridades e à equipe do Setor de Atendimento de Animais Silvestres do Hospital Veterinário da Universidade Federal do Mato Grosso - UFMT em Sinop, Xamã foi capturado e levado para tratamento.
Depois de cinco meses em recuperação no hospital veterinário, Xamã foi transferido ao recinto de 15 mil metros quadrados do Onçafari, localizado no município de Jacareacanga / PA, onde está recebendo todo o apoio para reaprender práticas básicas de caça e defesa. Habilidades que não teve a oportunidade de aprender com sua mãe.
Visão aérea do recinto de 15 mil metros quadrados onde Xamã é reabilitado
Atualmente, Xamã é o primeiro filhote macho de onça pintada em reabilitação para o seu habitat natural. Até agora, o único precedente de reintrodução documentado e atestado de onça-pintada na Amazônia é o de duas fêmeas, Pandora e Vivara, também conduzido pelos parceiros do Onçafari.
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